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01.02.2015
Domingo IV Tempo Comum  -  Ano B

 

Jesus repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem». O espírito impuro, agitando-o violentamente, soltou um forte grito e saiu dele. Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: «Que vem a ser isto? Uma nova doutrina, com tal autoridade, que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-Lhe!».

O ensino de Jesus reveste-se de autoridade única, porque Ele é o Filho, Enviado de Deus, e, por isso, as suas palavras são a própria Palavra de Deus. Ele é realmente o Profeta por excelência. Para os escribas, que ensinavam as Escrituras, a autoridade vinha-lhes das mesmas Escrituras e da tradição; para Jesus a autoridade vem-lhe de Ele ser o Filho de Deus e seu Messias.

«Chamados a levar a todos o abraço de Deus»

Nota Pastoral da CEP sobre o Ano da Vida Consagrada

O Papa Francisco dedicou a ano de 2015 à Vida Consagrada. Segundo a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica (CIVCSVA), é ocasião para «fazer memória agradecida do passado»; «abraçar o futuro com esperança» e «viver o presente com paixão».

O Ano da Vida Consagrada coincide, em grande parte, com as celebrações do 5.º Centenário do nascimento de Santa Teresa de Jesus, nascida em Ávila a 28 de março de 1515. Figura de grande mulher e de consagrada a Cristo na vida contemplativa, para todos é modelo de progredir na intimidade com Deus pelo exercício perseverante de oração, alcançando assim qualidade apostólica a sua intensa atividade de reformadora da vida carmelita e de toda a Igreja.

Vida Consagrada no coração da Igreja

A designação «Vida Consagrada» refere-se a um comum horizonte eclesial em que se articulam, de forma complementar, carismas e instituições: ordens e institutos religiosos dedicados à contemplação ou às obras de apostolado; sociedades de vida apostólica; institutos seculares e outros grupos de consagrados; formas novas ou renovadas de vida consagrada; a Ordem das Virgens, as viúvas e os eremitas consagrados; todos aqueles que, no segredo do seu coração, se entregam a Deus com uma especial consagração (cf. Vita Consecreta, 2).

A Vida Consagrada está colocada mesmo no coração da Igreja, como elemento decisivo para a missão, visto que exprime a íntima natureza da vocação cristã. E continua a ser um dom precioso e necessário também no presente e para o futuro do povo de Deus, porque pertence intimamente à sua vida, santidade e missão. Os consagrados são chamados a assumir, na radicalidade do seu ser, a mesma exigência que é feita a todos os discípulos de Cristo, no horizonte das bem-aventuranças: «Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste» (Mt 5,48).

Um ano de bênção e de graça

Desejamos que este Ano seja verdadeiramente um ano de graça, tendo sempre na mente e no coração os três objetivos atrás delineados para toda a Igreja: fazer memória agradecida do passado, abraçar o futuro com esperança, viver o presente com paixão.

Celebrar a Vida Consagrada na comunhão da Igreja

Queremos avivar o Dia do Consagrado, instituído universalmente em 1997 por São João Paulo II, para “ajudar toda a Igreja a valorizar sempre mais o testemunho das pessoas que escolheram seguir a Cristo mais de perto, mediante a prática dos conselhos evangélicos e, ao mesmo tempo, ser para as pessoas consagradas uma ocasião propícia para renovar os propósitos e reavivar os sentimentos, que devem inspirar a sua doação ao Senhor”. Os três objetivos, então por ele apontados para viver este dia, podem sintonizar com o que se pretende ao longo deste especial ano de graça: responder à íntima necessidade de louvar mais solenemente o Senhor e agradecer-Lhe o grande dom da Vida Consagrada, que enriquece e alegra a comunidade cristã com a multiplicidade dos seus carismas e com os frutos de edificação de tantas existências, totalmente doadas à causa do Reino; promover o conhecimento e a estima pela Vida Consagrada, por parte de todo o povo de Deus, fazendo com que a doutrina sobre ela seja mais largamente e mais profundamente meditada e assimilada por todos os membros do povo de Deus; convidar as pessoas consagradas a celebrar em conjunto e solenemente as maravilhas que o Senhor realizou nelas, para descobrir a beleza e a diversidade dos dons difundidos pelo Espírito no seu género de vida, e tomar consciência mais viva da sua insubstituível missão na Igreja e no mundo.

A alegria do Evangelho no coração da Vida Consagrada

Todas as celebrações ao longo deste ano apontarão para a vocação e a missão que a Vida Consagrada, de modo permanente nas suas variadas formas, é chamada a ser e realizar, ao espelhar o modo de vida de Jesus Cristo, hoje, e empenhar-se, já, na construção do Reino dos céus. No dizer do Papa Francisco «A Igreja deve ser atrativa. Despertar o mundo! Sede testemunho de um modo diferente de fazer, de agir, de viver! É possível viver de um modo diferente neste mundo. Estamos a falar de uma visão escatológica, dos valores do Reino encarnados aqui, nesta terra. Trata-se de deixar tudo para seguir o Senhor. Não, não quero dizer radical. A radicalidade evangélica não é somente dos religiosos: pede-se a todos. Mas os religiosos seguem o Senhor de maneira especial, de modo profético. Espero de vós este testemunho. Os religiosos devem ser homens e mulheres capazes de despertar o mundo».

A vida de consagração em castidade, pobreza e obediência, seguindo de perto o estilo de vida de Jesus Cristo, é um tesouro para a vida e missão da Igreja. Fazemos nossas estas palavras do Concílio Vaticano II: «o sagrado Concílio confirma e louva os homens e mulheres, Irmãos e Irmãs que nos mosteiros, escolas, hospitais ou missões, embelezam a Igreja com a sua perseverante e humilde fidelidade na mencionada consagração e prestam generosamente às pessoas os mais variados serviços» (Lumen gentium, n. 46).

Acolhendo os reiterados apelos do Papa Francisco para serem «chamados e levar a todos o abraço de Deus» e  «transformados na alegria do Evangelho», os consagrados poderão contribuir de modo especial para despertar o mundo ou os mundos por eles habitados.

Confiamos à Virgem Maria a renovação espiritual e apostólica das pessoas consagradas e dos institutos de Vida Consagrada para testemunharem Jesus Cristo com uma existência transfigurada.

 

A virtude que protege o tesouro

A virtude da temperança é vista, muitas vezes, como o caminho da infelicidade. Isso porque a alegria está, na cabeça de muitos, relacionada directamente com o consumo: «compra e serás feliz!». Ou com o aproveitamento da vida “ao máximo”: «quanto mais puderes gozar deste mundo, melhor!».

Para compreender esta virtude e vivê-la, é fundamental captarmos a sua beleza e grandeza, sem nos deixarmos arrastar por uma visão reducionista. A temperança não é a simples negação daquilo que atrai: trata-se de dizer que “não” a um bem menor, para ter capacidade de dizer que “sim” a um bem maior.

A temperança permite ao homem ser mais humano. Ele não é um “animal” criado somente para consumir enquanto há luz debaixo do sol. É alguém chamado à existência para amar, para realizar grandes façanhas por amor a Deus e aos outros. Isso é o que o fará feliz aqui e depois.

A temperança põe ordem nas tendências mais íntimas do “eu”: sensibilidade e afectividade, gostos e desejos. A temperança - como o próprio nome indica - tempera a vida de uma pessoa. Protege da degradação, da dispersão, da frivolidade todo o mundo interior, que é a fonte da qual procedem os nossos pensamentos, palavras, acções e omissões.

Mas existe um ponto fundamental sem o qual esta virtude ¯ que é um meio e não um fim em si mesma - perde todo o seu sentido.

Para aprender a dizer que “não” a nós mesmos - essência da temperança - é necessário recordarmo-nos de que levamos dentro um “tesouro” que vale a pena guardar com fidelidade. Ou seja, nascemos para coisas maiores do que aquelas a que os apetites nos inclinam. Valemos por aquilo que somos e não por aquilo que temos.

Quem não é consciente desse “tesouro”, acaba por identificar a felicidade com tudo aquilo que o atrai à primeira vista. E, com esta identificação, a temperança torna-se um absurdo. Uma loucura. Uma aberração. Algo que, evidentemente, não vale a pena - porque não há nada dentro que proteger e guardar.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

A Mensagem

«Baste a quem
baste o que lhe
basta o bastante
de lhe bastar!
A vida é breve,
a alma é vasta;
Ter é tardar».

Fernando Pessoa (1888-1935)

Querer

Quem quer
mais do que
lhe convém,
perde o que
quer e o que tem.

Padre António Vieira

Tempo

Não há poder
maior no
mundo que o
do tempo:
tudo sujeita,
tudo muda,
tudo acaba.

Pe. António Vieira